AQUI E AGORA - OS NOVOS POBRES

Hoje vou aqui escrever sobre um programa que tento nunca perder e o qual acho muito interessante, o AQUI E AGORA (e não, não me estou a tentar armar em culto).
Trata-se de um programa de debate com duração de 50 minutos que passa todas as quintas-feiras após o Jornal da Noite, apresentado por aquele que eu considero o melhor jornalista da actualidade, Rodrigo Guedes de Carvalho, que acho que como ninguém consegue conduzir os debates de forma correcta, interessante e imparcial sobre o assunto discutido.

Pois bem, na passada semana o tema debatido foi " Os novos pobres", debatendo-se assim acerca da crise em que se encontram mergulhados os portugueses. Diariamente ouvimos falar em Falências, despedimentos, famílias que já não conseguem pagar empréstimos, pessoas que passam fome e que têm de entregar os seus bens pelo incumprimento de pagamentos. Falou-se igualmente de como toda esta crise económica fragilizou milhares de pessoas, nomeadamente da chamada classe média, que se vêem obrigadas a fazer cortes inesperados nas suas despesas mensais. Tudo isto abriu como tema de discussão "Estará a nascer uma nova classe social, a dos novos pobres? Para tal debate, foram convidados o sociólogo António Barreto, Isabel Jonet do Banco Alimentar contra a Fome, o banqueiro Fernando Ulrich e o psiquiatra Caldas de Almeida.

Começado o debate, discutia-se acerca de como tal crise está a afectar os Portugueses, de como as pessoas podem entrar em depressão pelo sofrimento de perderem os seus bens e pelas dívidas acumuladas, confrontava-se o banqueiro se não usariam os bancos de alguma forma uma publicidade atractiva que acaba por levar os Portugueses a contraírem empréstimos fáceis que depois dificilmente poderão liquidar? A determinada altura da discussão foi lido pelo jornalista Rodrigo Guedes de Carvalho um comentário enviado por uma espectadora que dizia:

"A classe média é que sofre porque não é pobre para receber subsídios, nem rica para não precisar"

Como achei que esta frase estava tão correcta achei que a devia reproduzir neste blog pois concordo totalmente com ela, ou seja, quem sempre foi pobre sempre sofreu com tal situação, não obstante ter direito a subsídios, a rendimentos mínimos (e vá-se lá saber quantos os recebem sem precisarem).
Quem é rico, não precisa de ajuda, não precisa que lhe emprestem pois afinal tem poder económico para se aguentar firme, agora preocupante é a classe média que ao longo dos últimos anos foi mantendo as suas vidas, que recorreu a empréstimos para poder pagar uma casa (e nós sempre sonhamos com algo maior/melhor), que foi na conversa do dinheiro fácil pelos bancos, agarrados sempre a um trabalho para receberem ao fim do mês o salário para fazer face às dívidas...ora, a crise em que nos encontramos trouxe desemprego, trouxe perdas de receitas pelas empresas (que agarrando-se a tal despede sem lei nem direito tudo e todos sem ter que se justificar devidamente).
Acho que a crise impera e que todos estamos a sofrer com ela, à excepção dos ricos, nomeadamente alguns políticos de Portugal, dirigentes de futebol, Presidentes de grandes empresas que à custa de artimanhas e esquemas pouco correctos se enchem de dinheiro, têm grandes carros, casas, vidas de luxo, muitas das vezes à custa dos "parvos" que trabalham apenas para sobreviver e pagar as suas dívidas, será que não devia ser sobre estes que tudo devia cair? Não sei... mas que a vida está difícil está, por isso aproveitem-na da melhor forma, sejam felizes e sorriam, porque mesmo estando a ser fo***** há que sorrir e ser feliz porque graças a Deus para isso ainda não se paga impostos!

Abraço

Nuno Gorby ®

3 comentários:

Anónimo disse...

A respeito do excerto do texto publicado pelo Gorby, que reproduzo em seguida:

"Começado o debate, discutia-se acerca de como tal crise está a afectar os Portugueses, de como as pessoas podem entrar em depressão pelo sofrimento de perderem os seus bens e pelas dívidas acumuladas, confrontava-se o banqueiro se não usariam os bancos de alguma forma uma publicidade atractiva que acaba por levar os Portugueses a contraírem empréstimos fáceis que depois dificilmente poderão liquidar?"

Conheço alguém que tinha um litígio com determinado banco, devido a uma dívida contraída que estava por liquidar, há algum tempo…

Ora, na carta que recebeu, em "tom ameaçador", do estilo "se não pagas F... (ou mando o gajo do fraque perseguir-te, por quer que vás) vinha , em anexo, uma proposta de compra de um certo produto informático pagável em "simpáticas prestações".

Vá lá perceber-se isto, e quem cai na esparrela, lol.

A lição a tirar daqui é: Quando se trata da nossa capacidade financeira, e em cumprir os contratos que celebramos, há que ter os pés bem "assentes na terra", e não ir na conversa da "psicologia de bolso" e do marketing selvagem.

Há que resistir...

Abraço a todos,

Gonçalo

JMagalha disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
JMagalha disse...

Sem dúvida que o comentário enviado pela espectadora foi das coisas mais acertadas que lá se disse, no entanto o governo pode-se gabar brevemente de que nessa classe cada vez menos vai ter problemas, não porque os vai resolver, mas sim porque a classe pelo caminho que vai o país vai acabar por desaparecer. Cada vez existe menos classe média neste nosso país!